Estávamos hospedados em Wadi El Raha, no Vale de Santa Catarina, no
Egito.
Um lugar especial que merece ser conhecido por suas características
especiais.
Depois de passarmos uma noite no Vale de Santa Catarina, fomos pela
manhã conhecer o Mosteiro de Santa
Catarina que é um dos mais antigos
mosteiros do mundo.
Foi construído em uma região no Sul de Sinai, conhecida também como o
Monte Sinai. Desde os primeiros séculos do Cristianismo no Egito, o Sul de
Sinai desempenhava um papel importantíssimo quanto às atividades de ascetismo e
monasticismo, graças às características geológicas e geográficas da região.
O sul de Sinai era sempre de grande atração para os monges Cristãos
devido ao valor sagrado do Monte Sinai e a história de Moisés, e por causa da
existência de montanhas altas de natureza solene, serena e isolada.
O monasticismo apareceu no Egito, primeiro por causa de condições
políticas e religiosas, e foi de verdade
um método pacífico para resistir à violência dogmática dos romanos a partir do
século IV d.C.
Quando os romanos eram pagãos e não reconheciam o Cristianismo , e quando
os romanos eram Católicos, enquanto os Egípcios eram Coptas Ortodoxos, muitos
monges apelavam ao sul do Sinai como um lugar seguro e sagrado, fugindo das perseguições
dos romanos, e preferiam o Vale de Firan, El Tur, o Monte de Moises, e outros
lugares que ficam perto de recursos de água.
Por que Catarina??
Catarina era uma bela jovem que vivia em Alexandria durante a era da
perseguição romana contra os cristãos.
Naquela época em que reinava o imperador Maximiano ( 305-313 d.C) Santa
Catarina converteu-se ao Cristianismo, rejeitou casar-se com os nobres pagãos
que pediram a sua mão.
Quando os romanos descobriram a sua conversão ao cristianismo,
torturaram-na horrivelmente, mas ela não abandonou a nova fé e por isso foi
decapitada em 307 d. C. sendo considerada uma mártir de grande santidade.
Cinco séculos depois da sua morte pelos romanos, um monge teve uma
visão, em que o corpo de santa Catarina foi carregado pelos anjos e o puseram
no pico do Monte Sinai, por isso os monges transferiram as relíquias de Santa
Catarina de Alexandria à igreja que foi construída anteriormente na região,
conhecida como a Igreja da Transfiguração, localizada ao pé do monte de Moisés.
O mosteiro que antigamente foi conhecido como o Mosteiro da Virgem
Maria, a partir desse momento teve seu nome
convertido ao atual nome de “Santa Catarina”.
Em 342 d.C a imperatriz Helena, mãe do imperador Constantino o
Grande concedeu a autorização a uns monges para construírem um convento que
inclui uma capela dedicada à Virgem Maria, ao pé do monte de Moisés.
No século VI o imperador bizantino Justiniano mandou construir uma
igreja conhecida como a Igreja de Transfiguração, mas isso, depois da dita
ilusão do monge que disse que os anjos carregaram o cadáver da mártir e
colocaram no pico do Monte Sinai. Ambas as igrejas da Virgem Maria e a
Transfiguração adotaram o nome Santa Catarina. Também os documentos mencionam
que o imperador bizantino Justiniano forneceu ao mosteiro 200 soldados para
defender o mosteiro contra os ataques dos nômades da região.
O mosteiro se localiza embaixo do monte de Moisés, numa região
caraterizada pela paisagem linda perto de recursos de água.
No lado este do mosteiro se encontra um vale conhecido como Wadi Al Raha
que significa “Vale do Repouso”.
Acredita-se que os Israelitas descansaram neste vale depois do castigo
de 40 anos perdidos entre as montanhas, porque desobedeceram a ordem de Deus.
O mosteiro tem uma forma retangular, similar a uma fortaleza com uma
muralha gigantesca. O mosteiro foi construído sobre um local elevado de 1570 m.
sobre o nível *do mar. -
A muralha é construída de pedra de granito, com torres espalhadas nos
cantos, atingindo entre 12 a 15 m. de altura, quase 118 m. de comprimentos e 77
m. de largura. A entrada original do mosteiro, localizada no lado oeste
da muralha, está bloqueada e no lado oeste dela se encontra a entrada atual que
foi feita em 1801 pelos franceses durante a Expedição Francesa ao Egito.
Os mais importantes elementos do mosteiro são: A Igreja de Santa
Catarina, a Mesquita Fatima, a Biblioteca, os poços, a prensa de azeite, dois
moinhos, celeiros, as Celas dos monges, Casa dos hóspedes.
O Mosteiro possui uns poços artesianos em diferentes localidades para
prover o santo lugar de águas, o mais importante é o Poço de Moisés situado ao
norte da Igreja de Santa Catarina, o Poço do Arbusto Queimado, o Poço de santo
Estevão ao sul da Igreja principal.
Dentro do recinto se encontra um edifício pequeno que foi construído em
1863 durante o reinado do governador do Egito Ismael Pasha, dedicado ao
alojamento dos visitantes do mosteiro. Em frente da Igreja de Santa Catarina se
encontra um jardim que inclui um cemitério para os monges. Perto dele existe a Casa
dos Crânios, ou seja, um ossário, pois os monges estão acostumados a enterrar o
cadáver do colega falecido no cemitério, deixando o corpo por certo período num
túmulo, logo apanham os ossos do
defunto, reservando-os no ossário, ou seja, Casa dos Crânios.
Quando fomos para lá, era um dia lindo de sol. O ônibus nos deixou no
começo do caminho ao Mosteiro.
A subida por este caminho é controlada pela polícia local.
Lá existem várias lojinhas, vendendo objetos
muito baratos e muitas crianças muito pobres, moradores da região, que
aproveitam os turistas para fazerem algum dinheiro.
O local é encantador e é mais um dos passeios marcantes que fizemos.
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