ELEIÇÕES EM ISRAEL - UM POUCO DE INFORMAÇÃO PARA VOCÊ.
Como olá chadashá , imigrante aqui em Israel, ainda não estou muito a par da política do país em detalhes.
Aqui, ao contrário do Brasil , tenho vontade de votar, de me integrar e participar.
Aqui vemos que as coisas funcionam. Claro que tem seus pontos negativos como em qualquer lugar, mas de forma geral, tudo acontece de uma forma séria e se há corrupção, ela é combatida.
Diante das próximas eleições na semana que vem, fui atrás de informações a respeito dos partidos existentes em Israel.
Muitas pessoas tem me perguntado in box pelo facebook, a respeito disso e decidi compartilhar com quem possa interessar um pouco do que li.
OS PARTIDOS DE ISRAEL - ELEIÇÕES 2015
Likud
O Likud é um movimento nacionalista
liberal fundado em 1973 por Menachem Begin e é influenciado diretamente pela
ideologia sionista de Theodor Herzl e Ze’ev Jabotinsky.
Auto-definido como centro-direita atualmente
detém a titularidade do poder executivo em Israel. Desde de 1977 até os dias de
hoje, o Likud é o partido que mais vezes ocupou a cadeira de 1º Ministro de
Israel.
Acredita que o povo judeu possui um direito
eterno e incontestável ao Estado de Israel. Considera que este
direito de existência é indissociado a outros direitos fundamentais, como o
direito à paz, segurança, liberdade e bem-estar em um regime democrático. Desta
forma, entende que a existência de Israel como um Estado judeu independente no
Oriente Médio depende em primeiro lugar, e acima de tudo, de sua capacidade
política e militar. Portanto, as políticas acerca da segurança e da política
externa deverão ser classificadas como prioritárias no país.
O partido tem hoje 17 cadeiras na Knesset.
Benjamim Netanyahu, ocupa a cadeira de
Primeiro-Ministro do país desde 2009 exercendo o seu terceiro mandato
(1996-1999 e 2009-hoje). Sua carreira como político de destaque teve início
como embaixador de Israel na ONU em 1980. Bibi, como é conhecido em Israel, é
irmão de Yoni Netaniahu (respeitado comandante do esquadrão de elite do
exército israelense, assassinado na “Operação Entebe”), estudou arquitetura e
administração de empresas no MIT, e Ciências Políticas em Harvard.
Gilad Erdan, atual número 2 da lista, é ministro
de Assuntos Estratégicos, ex-capitão do exército e ex-líder da juventude do
Likud.
Yuli Edelstein, terceiro da lista, atual
porta-voz da Knesset e ex-ministro da Absorção.
Como a lista é decidida?
Todos os filiados ao partido podem votar duas
vezes: há uma eleição separada para a liderança do partido e outra para a
composição da lista. Há reserva de duas vagas para indicação do líder, e
outras quatro para representantes das distintas regiões do país.
Posições do Partido
Religião e Estado
O Likud é um partido que consegue abranger correntes religiosas sionistas e laicas e possui o objetivo claro de reforçar o caráter judeu e democrático do Estado de Israel. Deseja preservar o status quo – ou seja – a manutenção da relação entre Estado e Religião e acredita que qualquer alteração do estado vigente será fruto de um acordo entre religiosos e laicos.
Apoia inciativas como a consulta a autoridades religiosas para cristalização de uma legislação que permita acordos conjugais entre cônjuges que não podem se casar no país segundo a lei religiosa, como por exemplo casais homossexuais e de diferentes religiões (ex: judeu + cristão).
O Likud é um partido que consegue abranger correntes religiosas sionistas e laicas e possui o objetivo claro de reforçar o caráter judeu e democrático do Estado de Israel. Deseja preservar o status quo – ou seja – a manutenção da relação entre Estado e Religião e acredita que qualquer alteração do estado vigente será fruto de um acordo entre religiosos e laicos.
Apoia inciativas como a consulta a autoridades religiosas para cristalização de uma legislação que permita acordos conjugais entre cônjuges que não podem se casar no país segundo a lei religiosa, como por exemplo casais homossexuais e de diferentes religiões (ex: judeu + cristão).
Política Econômica
Desde a sua formação, o Likud defendeu uma
economia de mercado e acredita que a realidade no mundo comprova que uma
economia livre da intervenção do Estado e que garanta o empreendedorismo é o
único caminho capaz de permitir o crescimento econômico e bem-estar individual.
Entende que uma economia de mercado é uma condição necessária para a existência
de uma sociedade democrática, onde a ideia básica é a
responsabilidade atribuída ao indivíduo. Defende ainda que uma economia livre é
a base da força nacional e é através dela que nos tornaremos uma nação próspera
que permitirá que a sociedade em conjunto se preocupe com as populações menos
favorecidas.
Política Social
A ideologia do partido pode ser expressada da
seguinte forma:
Geração de empregos = prosperidade = menos
indivíduos que necessitam da ajuda do Estado = maior possibilidade de
financiamento a populações necessitadas.
A geração de empregos, num ambiente de
prosperidade nacional, é uma condição sine qua non para elevar
a qualidade de vida das parcelas mas pobres da população. Exige que se
encontrem formas de integração das populações ortodoxas e árabe no mercado de
trabalho. A ideia é desenvolver uma legislação que crie um ambiente de aumento na
oferta de emprego e, que consequentemente traga maior arrecadação de impostos
pelo Estado que serão usados no aumento de postos de trabalho nas periferias do
país e financiamento de projetos que aumentem a participação ativa e produtiva
de idosos e deficientes
Territórios e Processo de Paz
A plataforma do partido apresentada na última
eleição geral em 2009, indicava que o Likud estaria “disposto a fazer
concessões para a paz”. Em paralelo foram estabelecidas “linhas vermelhas” para
possíveis acordos com os árabes, incluindo a preservação da integralidade e
indivisibilidade de Jerusalém como capital do Estado Judeu e a negativa a
demanda palestina para o regresso dos refugiados ao país. Embora líderes do
Likud já terem declarado a sua oposição a criação de um Estado palestino ao lado
de Israel, Bibi declarou em um famoso discurso de 2009, na universidade
Bar-Ilan “Se os palestinos reconhecerem Israel como um Estado judeu,
será possível a criação de um Estado palestino desmilitarizado lado a lado de
Israel”. Apesar de ter repetido esta frase em outras duas oportunidades em
discursos na ONU, esta não é uma posição pacificada no partido e enfrenta duras
críticas internas.
Educação
O partido acredita que uma educação pública de
qualidade é a única forma capaz de proporcionar uma sociedade com menos
desigualdades. A educação no país deverá fortalecer a identidade judaica,
sionista e democrática. O Likud possui um projeto de reforma educacional que dê
enfase na meritocracia e em paralelo propõe o aumento dos salários de todos os
professores no país. É a favor da manutenção de instituições de ensino
religioso público, mas defende que seja aplicado um curriculo básico com
supervisão do Estatal.
Segurança e exército
Antes de qualquer proposta de acordo, o
partido acredita que um exército forte e eficiente é um dos pontos basilares
para que consigamos alcançar a paz. Através
de políticas de dissuasão a ataques de inimigos, Israel tem
garantido o seu direito de existir como um país soberano. O Likud – na
figura de Bibi tenta promover
uma campanha mundial para o estabelecimento de “linhas vermelhas” no projeto
nuclear iraniano.
Segundo uma frase famosa do 1º Ministro: “Se
há alguma coisa que podemos aprender com os judeus no Holocausto, é que quando
alguém ameaça matar o nosso povo, nós devemos acreditar nele”.
Outras posições
Outros três fatores são tratados pelo
partido como prioridades: a elaboração de uma constituição promulgada pelo
parlamento israelense que possa ancorar os princípios judaicos e democráticos
no país; o desenvolvimento de uma legislação que retire das mãos do Estado o
monopólio das terras com a privatização deste setor; e uma reforma política que
altere o método de montagem de coalizões.
Fontes
Pagina Oficial do Partido - https://www.likud.org.il/
Israel Democracy Institute – http://www.idi.org.il/media/391292/likud%20%2017.pdf
Israel Democracy Institute – http://www.idi.org.il/media/391292/likud%20%2017.pdf
União
Sionista (HaMachane HaTzioni)
O HaMachane HaTzioni (המחנה הציוני)
é um bloco formado pela união entre o Avoda (Partido Trabalhista) e o HaTnua e o Partido Verde. A fim de formar um bloco
fortalecido para disputar o poder com o Likud de Benjamin Netanyahu, no poder
desde 2009, os líderes dos dois partidos juntaram forças e decidiram concorrer
em uma lista conjunta, tal qual fizeram os partidos Likud e Israel Beiteynu (Israel
Nossa Casa) nas últimas eleições.
Avoda
(Partido Trabalhista)
HaTnua
A junção se deu após uma sequência de reuniões entre Isaac Herzog,
líder dos trabalhistas, e a ex-ministra da Justiça Tzipi Livni. Ficou acordado
que a lista seria formada pelos trabalhistas, com a reserva dos números 2, 8,
16, 21 e 24 para o HaTnua e 25 para o Partido Verde. O número 11 da lista
escolhido pelo líder do partido,
Isaac Herzog (no caso o economista Manuel Tarchtenberg). Outra parte do acordo
é que, caso a lista saia vencedora, Herzog e Livni se revezarão como
Primeiro-Ministro do país: dois anos para cada um.
Segundo as pesquisas, o bloco se mostra muito mais viável do que
se cada um dos partidos concorresse de forma separada. Hoje o Bloco Sionista
disputa a liderança das pesquisas com o Likud de igual para igual, com entre
23-26 cadeiras, e chances razoáveis de formar o novo governo.
HaTnua e Avoda juntos hoje somariam 21 cadeiras na Knesset.
Figuras em destaque
Yitzhak “Buji” Herzog, iniciou sua vida política em
2003. Já ocupou os cargos de Ministro do Bem-Estar Social, Ministro da
Moradia, Ministro do Turismo, entre outros. Hoje é o líder do partido e, por
consequência, da oposição.
Tzipi Livni, 54 anos, advogada e ex-agente do serviço
secreto. Ex-membro do Likud, é parlamentar desde 1999. Foi ministra da
Cooperação Regional, Habitação, Agricultura, Relaçõs Exteriores e Justiça desde
2001.
Manuel Trachtenberg nasceu em Córdoba (Argentina) e
é professor de economia da Universidade de Tel-Aviv. Em 2011, após os protestos
sociais, escreveu o Relatório Trachtenberg com medidas para solucionar a crise
que desencadeou no aumento do custo de vida.
Como a lista é decidida?
O Avoda decide a sua lista de forma direta: os eleitores votam em
ao menos 10 candidatos, e os mais votados ocupam os primeiros cargos. O
líder é eleito anteriormente, em uma eleição separada. O número sete é guardado
para o secretário geral do partido, e o número 11 para indicação do líder. No
HaTnua, Tzipi Livni decide sua lista, e os encaixa nas posições 2 (no caso,
ela), 8, 16, 21 e 24.
Posições do Partido
Religião e Estado
Não há referência a este ponto no site oficial da União Sionista.
Política Econômico-Social
Reduzir os gastos com seguro de saúde, educação e serviços
públicos para cada família em Israel. Investir 2 bilhões cesta mínima e criar
um programa de cuidados a longo prazo, que permitirá aos idosos viver com
dignidade. Lançar o programa “poupança por criança” seria uma oportunidade
igual para as crianças de todos setores da sociedade.
Fortalecer o sistema de saúde pública, mudar o sistema de
financiamento dos seguros de saúde e implementar o programa Trachtenberg, a fim
de salvar centenas de shekels por família todo mês.
Redução do preço dos leilões de terreno, implementação da lei do
aluguel justo, liberação de terrenos e construção de 300.000 novas moradias em
5 anos.
Educação
Priorizar escolas em bairros desfavorecidos do que em bairros mais
ricos, colocar a criança no centro, evitando gastos parentais inflacionados,
que ajudam a aumentam as diferenças sociais.
Territórios e Processo de Paz
Não há referência a este ponto no site oficial da União Sionista.
Segurança e Exército
Construir uma solução política em parceria com nossos aliados
internacionais, mas mantendo a segurança. Renovar o apoio internacional que vai
nos permitir lutar contra o terrorismo, e proteger os cidadãos e soldados
israelenses do tribunal de Haia.
Outras Posições
Tirar Israel do isolamento internacional que se encontra
atualmente, fortalecer as relações com os EUA e recrutar o mundo para o nosso
lado na luta contra o terrorismo e na relação com nossos vizinhos.
Fontes:
HaBait
HaYehudi
“HaBait HaYehudi” (A Casa Judaica), é a representante já
natural da direita religiosa nacionalista e é encabeçada por Naftali Bennet.
Atualmente com 12 mandatos, o partido tem potencial de crescimento entre os
eleitores naturais da direita israelense nas eleições de 2015, inclusive entre
não-religiosos.
Herdeiros do antigo Mafdal (do hebraico, abreviação para Partido
Religioso-Nacionalista), o partido é resultado de diversas movimentações
político-partidárias da direita sionista religiosa.
A Casa Judaica conta principalmente com votos da direita religiosa
e de moradores de assentamentos, e deve pelo menos manter seus 12 mandatos
segundo as pesquisas, expandido-se principalmente através de votos de eleitores
não-ortodoxos, que se identificam com a posição do partido em relação ao
conflito.
Sua ideologia está baseada nas visões do Sionismo Religioso e suas
posições políticas são consideradas de direita em quase todos os aspectos.
Nessas eleições, o lema principal é “parar de se desculpar”.
O resultado é significativo, e se mantiver os números, manterá
marca de maior bancada eleita pelos sionistas religiosos desde a Knesset de
1977 (quando alcançou igualmente 12 assentos).
Figuras de Destaque
Naftali Bennett, atual ministro da Indústria e
Comércio e das Religiões, é um bem sucedido homem de negócios do setor de
tecnologia. Foi presidente do Conselho Yesha (Judeia, Samária), órgão que
auxilia os assentamentos judaicos de maneiras variadas, sendo um braço político
dos residentes judeus desses territórios. Figura forte e carismática, muitas
vezes o partido se confunde com seu nome.
Uri Arieli é o atual ministro da Habitação
e Construção e número 2 do partido, responsável pela expansão dos assentamentos
judaicos do outro lado da linha verde. Ex-major, foi comandante da unidade de
infantaria blindada.
Ayelet Shaked, terceira da lista, é uma jovem e bem
sucedida engenheira, não religiosa e vive em Tel-Aviv, rompendo com o
estereótipo do partido. Ela já afirmou desejar o Ministério da Defesa Civil.
Como a lista é decidida?
A lista do partido é escolhida em um processo de eleições diretas
por seus membros, exceto o número 1: o líder Naftali Bennett tem o poder
de decidir quando haverá eleições para a liderança do partido, e tem o poder de
indicar um candidato qualquer para número 11 da lista. Quatro vagas estão
asseguradas para o T’kuma, um dos blocos políticos que compõe o HaBait
HaYehudi, incluindo o número 2.
Posições do partido
Religião e Estado
O partido considera o Estado de Israel um Estado Judeu com regime
democrático. O caráter do estado deve ser definido pelo diálogo entre o público
geral, a Torá e a moralidade dos profetas. O partido considera que a imposição
de legislações religiosas e seculares deve ser evitada. Por outro lado, deseja
aumentar a influência dos fundamentos da religião judaica na legislação
israelense através da “Justiça Hebraica”, que aproxima a lei israelense aos
fundamentos do judaísmo (veja explicação no rodapé).
Teve atuação importante nas mudanças dentro dos serviços de religião
estatais, acabando com o monopólio de uma única instituição. Teve atuação
importante nas decisões em questões de conversão ao judaísmo, tentando chegar a
um balanço que seja flexível mas dentro da lei religiosa (Halacha).
Política Econômica
O partido defende a “economia liberal com sensibilidade social”.
Em sua proposta geral defende a igualdade de oportunidades para que todos
possam ter chance de desfrutar da riqueza gerada no Estado de Israel. Para tal,
apoiam o aumento do investimento na educação, fortalecimento da competitividade
no mercado, quebra de monopólios e diminuição dos impostos para a classe média.
Além disso, é a favor da concessão de benefícios (subsídios) a “aqueles, e
apenas para aqueles, que são incapazes de se sustentar”. Defendem por exemplo a
reforma das relações de trabalho de trabalhadores estatais para melhorar a
eficiência deste; ou a discussão do peso das pensões sobre as contas públicas.
O partido tem ideias específicas relacionadas à questão de moradia
no país.
Política Social e Educação
O foco da lista Habait HaYehudi para o plano social está
totalmente voltado à educação. Eles apontam pesquisas que revelam forte relação
entre o enquadramento econômico do indivíduo e sua nota no Psicométrico
(vestibular israelense) como flagrante do que chamam de desigualdade de oportunidades. Negando
qualquer relação com o socialismo, acredita que o estado deve prover
oportunidades iguais a todo jovem que começa sua vida. Veem a educação como a
única maneira de alcançar esse objetivo e acreditam que o governo deveria
investir fortemente nas periferias do país para mudar esse quadro.
Defendem o maior fortalecimento da identidade judaica na educação,
além do maior investimento no ciclo de infância das crianças para evitar
maiores investimentos em idades mais avançadas.
Territórios e Processo de Paz
É contra “qualquer tipo de estado palestino a Oeste do Rio
Jordão”. Definem que as soluções clássicas em que (i) seja criado um estado
palestino nos territórios da Judeia e Samária; ou (ii) anexação total dos
mesmos territórios incluindo seus habitantes árabes, seriam igualmente
perigosas para a segurança e o futuro do Estado de Israel. Admitem não haver
solução perfeita no momento, propondo uma série de medidas pouco ortodoxas e em
sua maioria unilaterais para solucionar o conflito.
O partido propõe também a mudança do que chamam de “Estado de Tel
Aviv”. Assim, desejam investir no assentamento em todas as regiões de Israel,
inclusive os territórios disputados com os palestinos. Para tal, o governo deveria
fortalecer o transporte público, aumentar incentivos às periferias e dar
preferência nacional para a construção de novos assentamentos. Além disso,
deseja interromper o fluxo de financiamento de ONGs de esquerda que considera
antissionistas.
Citando o site oficial do partido: “A Casa Judaica é o único
partido que se opões ao estado palestino, a esquerda quer deixar o ISIS (Estado
Islâmico) chegar à Estrada 6 e Kfar Saba. (…)”. O partido é definitivamente
contra a criação de um Estado palestino.
Segurança e Exército
O investimento em segurança interna e externa é dotado do caráter
de prioridade nacional.
O partido naturalmente apoia o estudo da Torá e o vê como
interesse nacional. No entanto, reconhece a injustiça da liberação do exército
concedida a jovens ortodoxos. Assim, defende a integração gradativa dos
ortodoxos nos círculos de trabalho e serviço militar através de incentivos
governamentais.
Outras posições
Com relação à minoria árabe, o partido deseja mudar o que
considera ser a estratégia atual: fortalecer a minoria árabe que quer “se
integrar na sociedade israelense” ao invés de conter aqueles que “buscam a
destruição de Israel”, como aconteceria atualmente.
Propõe também uma maior fiscalização de construções não legais nas
regiões do Negev e da Galiléia e o fortalecimento dos assentamentos de judeus
nessas áreas.
Sobre a questão dos imigrantes ilegais, defende a total
interrupção da onda de infiltrados ilegais no país e a manutenção do caráter
judaico no mapa demográfico de Israel.
Fontes:
Site Oficial Habait HaYehudi
Wikipedia Hebraico – Habayt HaYehudi
Organização MyIsrael
Site Oficial do Partido Mafdal
Wikipedia Hebraico – Naftali Bennett
Site do Ministério da Justiça de Israel – Sobre o Departamento de “Justiça Hebraica”
Wikipedia Hebraico – Lei Hebraica
Wikipedia Hebraico – Habayt HaYehudi
Organização MyIsrael
Site Oficial do Partido Mafdal
Wikipedia Hebraico – Naftali Bennett
Site do Ministério da Justiça de Israel – Sobre o Departamento de “Justiça Hebraica”
Wikipedia Hebraico – Lei Hebraica
Lista
Unificada
Lista Unificada
A Reshima Meshutefet (רשימה
משותפת – Lista Unificada) é a coligação dos cinco partidos de
eleitorado fundamentalmente árabe, que concorrerá às eleições em conjunto. Os
partidos são Ra’am, Ta’al, Mada, Bal’ad e Hadash. Os cinco partidos não
possuem visões político-ideológicas semelhantes, mas se viram obrigado a
juntar-se após a cláusula de barreira aumentar para 3,25%, maior do que
qualquer um deles atingiu individualmente nas últimas eleições.
Devido à grande dificuldade em acessar às
páginas destes partidos na internet (com exceção do Hadash, nenhuma delas nos
dá acesso à plataforma ideológica em outro idioma que não o árabe), nos vimos
obrigados a publicar um único artigo sobre todos juntos. Caso o leitor quiser
saber mais sobre os partidos Hadash ou Ra’am Ta’al, clique em seus nomes acima.
Os partidos Ra’am (Lista Árabe Unida), Ta’al
(Movimento Árabe de Renovação) e Mada (Partido Democrata Árabe) já concorrem em
um bloco, conhecido como Ra’am-Ta’al, desde 2006.
Ra’am
O Ra’am é uma lista muito popular entre os
beduínos, por ter seu principal foco de atuação a igualdade civil entre os
árabes como cidadãos do país. O partido apoia a criação de um Estado palestino
nas fronteiras de 1967, e possui boas relações com o movimento islâmico. Seu
principal nome é Masud Ghnaim, número dois da lista.
Ta’al
Fundado pelo médico Ahmed Tibi (número 4 da
lista) nos anos 1990, o Ta’al é visto como um braço político do Fatah (partido
do Presidente da Autoridade Palestina Mahmmoud Abbas) em Israel. O Ta’al também
defende a criação de um Estado palestino nas fronteiras de 1967, com capital em
Jerusalém Oriental. O partido defende que os árabes-israelenses tenham status
legal de minoria étnica, e é um dos mais progressistas em relação aos direitos da
mulher.
Mada
O menor destes partidos, não tem nenhum nome
entre os primeiros 12 concorrentes. O Mada defende os direitos iguais para a
população árabe, e teve como representante na última Knesset o beduíno Taleb
al-Sana.
Balad
Balad significa União Democrática Nacional.
Como o nome já indica, o Balad é um partido nacionalista árabe, que rejeita o
sionismo e tem partidos-irmãos em todo o mundo. O partido deseja que os
árabes-israelenses sejam declarados uma minoria nacional, além da criação de um
Estado palestino nas fronteiras de 1967, com capital em Jerusalém oriental e o
retorno de todos os refugiados de 1948. Os principais nomes do partido são
farmacêutico Jamal Zahalka (número 3 da lista) e a polêmica Haneen Zoabi
(número 7 da lista).
Hadash
O Hadash é a junção do Maki (o histórico
Partido Comunista Israelense) com movimentos menores. O partido se define como
uma lista árabe-judaica, e por sua causa o termo “árabe” não intitula a Lista
Unificada. O partido conta com o número 1 da lista (Ayman Odeh), e o único
judeu que concorre no bloco, Dov Chanin (número 8), entre outros. O Hadash há
tempos abandonou a ideia de um Estado bi-nacional, mas rejeita o sionismo. O
partido crê que Israel deve ser um Estado democrático e não judaico, onde todos
os seus cidadãos gozem dos mesmos direitos. O partido foi um dos principais
prejudicados com o aumento da cláusula de barreira, pois pode perder parte de
seus eleitores judeus (algo em torno de 15% do total).
Segundo as pesquisas
Os três partidos (Ra’am-Ta’al, Hadash e Balad)
têm hoje, em conjunto, 11 cadeiras na Knesset. Segundo as últimas pesquisas, a
Lista Unificada hoje alcançaria 12 cadeiras no parlamento, um recorde para os
partidos de eleitorado árabe. Não se sabe se os partidos manterão a união após
as eleições, ou se utilizarão esta ferramenta apenas como meio de driblar a
cláusula de barreira.
Yesh Atid
Em janeiro de 2012, após meses de especulações sobre sua possível
migração do jornalismo para a política, Yair Lapid, figura onipresente na
sociedade israelense, anunciou suas intenções de concorrer nas
eleições através da formação de um novo partido que, em suas palavras, seria
diferente de todos os partidos políticos existentes.
Ao longo do ano de 2012, o cenário para as próximas eleições se
consolidava e, paralelamente, Lapid construía seu partido ao definir nome
(Yesh Atid, Há um
futuro), plataforma e futuros candidatos.
Ao fortalecer a ideia de um partido que romperia com as práticas
dos atuais partidos israelenses, Lapid estabeleceu objetivos considerados
ousados no tocante ao status quo local da relação entre o Estado e
a religião, a especial preocupação com a classe média, ou a não convocação de
ex-membros da Knesset para compor sua lista. O Yesh Atid recebeu 19 cadeiras,
compondo a segunda maior bancada da casa.
Yair Lapid recebeu importantes ministérios, como a pasta das
Finanças, da Educação e da Saúde. Algumas das reformas propostas chegaram a ser
encaminhadas, mas suas diferenças com Netanyahu resultaram na sua precoce
demissão, e consequentemente na convocação de novas eleições.
Figuras de destaque
Yair Lapid, ex-ministro das Finanças, é filho de Yossef
“Tommy” Lapid, sobrevivente do Holocausto e líder do antigo
partido centrista israelense Shinui. Tinha seu próprio programa no horário
nobre do principal canal da televisão israelense e sua coluna no jornal de
maior circulação do país até optar pela vida política.
Shai Piron, ex-ministro da Educação, é um rabino
dedicado à aproximação entre judeus religiosos e seculares.
Yael German, ex-ministra da Saúde e
ex-prefeita de Herzlia. Os dois ex-ministros levavam à prática reformas nas
suas pastas, interrompidas pela convocação de eleições.
Como a lista é decidida?
Yair Lapid, junto a uma comissão escolhida por si, monta a lista
do partido.
Posições do partido
Religião e Estado
Não propõe rompimento entre religião e Estado, mas uma maior
integração dos ultra-ortodoxos na sociedade através da obrigatoriedade do
serviço militar e do ensino do currículo básico nas escolas ortodoxas,
além da criação de programas de inserção deste setor no mercado
de trabalho israelense.
Política econômica
Desregulamentação econômica visando estimular o crescimento. Apoio
às pequenas e médias empresas visando à geração de empregos.
Política social
Estimulo à competição efetiva no mercado de imóveis e de
construção civil, que possibilite maior acesso à habitação. Estímulo à
construção de edifícios destinados exclusivamente a aluguéis de longo
prazo, para famílias ou indivíduos que não possuem meios que os permitam
comprar apartamentos. Atualização do sistema de saúde em vista do aumento
da expectativa de vida da população e do número de idosos. Aumento do
número total de leitos hospitalares disponíveis e redistribuição dos serviços
para as regiões periféricas do país.
Territórios e processo de paz
Acordo de paz definitivo com os palestinos através do conceito
de “dois Estados para dois povos”. Manutenção dos principais blocos de
assentamentos na Cisjordânia (Ariel, Gush Eztion, Maalê Adumim) e das
condições que garantam a segurança do Estado de Israel. Estabelecimento de
um estado palestino desmilitarizado. O Yesh Atid não admite a divisão de
Jerusalém.
Educação
Reestruturação do sistema educacional, visando à recolocação de
Israel entre os dez países com melhor nível de educação no mundo através
do uso da tecnologia nos métodos de ensino. Estabelecer a educação como
prioridade nacional, envolvendo todos os setores da sociedade, de modo a
prover igualdade de oportunidades à próxima geração através
da obrigatoriedade do currículo básico em todas as escolas do país. Dar
aos professores e diretores status de heróis nacionais.
Segurança e exército
Participação de Israel nos esforços internacionais (operações
militares e sanções econômicas) para a limitação do programa nuclear
iraniano. Influenciar os governos sírio e libanês para que deixem de
representar postos avançados do regime iraniano e desarmem a
Hisbalá. Bolsas universitárias para soldados das unidades de combate.
Serviço obrigatório universal. Os jovens que não optarem pelo serviço
militar, poderão se ocupar por dois ou três anos como voluntários em escolas,
hospitais, jardins de infância ou asilos para idosos e sobreviventes do
Holocausto.
Outras posições
Reforma no Sistema de Governo: Mudanças na legislação visando
aumento de estabilidade política e governabilidade. Criação de mecanismos
que estimulem os eleitores a votarem nos partidos grandes em detrimentos
dos menores: direito automático para o líder do maior partido formar o
governo (e não quem lidera o maior bloco de partidos), aumento da
cláusula de barreira para 6%, voto de não-confiança só dissolveria um
governo se aprovado por 70 deputados e número de ministros limitado a
dezoito.
Fontes:
Site oficial do partido (disponível em hebraico, árabe, russo,
inglês e amárico), wikipédia em inglês e emhebraico.
Kulanu
O “Kulanu” (tradução para português: “Todos Nós”), partido fundado
pelo ex-parlamentar do Likud e ex-ministro das Comunicações Moshe Kahlon, faz sua estreia
no campo político israelense nas eleições de março de 2015. O partido ainda não
apresenta um plano de governo, mas uma rápida passada de olho em seu site
oficial já nos mostra qual o seu principal foco.
A frase exibida na página principal faz um convite ao eleitor:
“Junte-se agora à revolução (I), ajudem-nos a desfazer os monopólios (II),
ajudem-nos a neutralizar os conglomerados (III) e ajudem-nos a combater os altos
custos de vida.”(IV)
As frases (I) e (IV) estão destinadas as mais de 400 mil pessoas
que foram as ruas protestar contra o aumento dos custos de vida no país no
verão de 2011. (II) e (III) são simultaneamente uma recordação do principal
feito político do líder do partido, e uma mensagem política de como partido
pretende resolver o problema destes pelo menos 400 mil insatisfeitos.
Kahlon revolucionou o mercado de telefones celulares em Israel ao
quebrar o monopólio das três principais empresas do país e permitir a livre
concorrência. O efeito foi quase
imediato. Os preços baixaram expressivamente. Para ilustrar, no fim de 2010, a
Cellcom, principal empresa do país, vendia seu plano de chamadas e mensagens
ilimitadas por 149 shekels, sem internet
(exigia-se pagamento adicional). Hoje, a mesma empresa oferece o plano
ilimitado, com 6 giga-bytes de internet, por apenas 69 shekels. Outras
empresas, oferecem o mesmo serviço por apenas 49 shkalim. Ou seja, a população
teve acesso a planos vantajosos. Kahlon ficou conhecido como aquele que pode
enfrentar as grandes empresas e melhorar as condições de vida da população.
Não bastasse este feito, Moshe Kahlon é mizrahi, não usa gravata, e fala direto
com o povo. Escolheu como número 2 da lista, Yoav Galant, um prestigioso
general do exército israelense, que esteve envolvido em um episódio de
apropriação de terras públicas – fato este que impediu sua nomeação como
comandante chefe do exército israelense em 2011. Além dele, seu partido
apresenta outras personalidades de renome, como o ex-embaixador de Israel nos
Estados Unidos, Michael Oren (4), e a vice-prefeita de Jerusalém, Rachel Azaria
(5).
Mas o foco do partido, como visto na propaganda anterior, continua
em sua figura.
O “Kulanu” é mais um partido em Israel criado com base em uma
figura. As últimas eleições do país tem sido marcadas por novos partidos,
fundados praticamente com base em uma liderança singular. Assim foi com Yair
Lapid, criador do Yesh Atid e com Tzipi Livni, fundadora do partido HaTnua, nas
últimas eleições. Desta vez, Moshe Kahlon, ex-Likud e Eli Ishay, ex-Shas são as
novas velhas caras da política israelense. Resta saber, quem deles continuará
relevante na política israelense na próxima decada, e quem perderá força e será
lembrado apenas como um fenomeno passageiro.
Apesar de não ter um programa definido, de qualquer forma,
buscamos entender suas visões com base nos últimos discursos do seu líder e nas
poucas informações do seu website. Dividindo por temas, apresentamos algumas
destas posições:
O Conflito Israel-Palestina
Kahlon se define como o velho Likud. O Likud de Menachem Begin –
que sabe ser duro em momentos difíceis, mas também sabe como chegar à paz. Sua
posição é uma clara alusão a um caminho desvirtuado seguido por Benjamim
Netanyahu, como líder do Likud, no que diz respeito a busca de uma solução para
o conflito com os palestinos.
Educação
Igualdade de oportunidades na educação é uma das mensagens do site
oficial. Aumento do orçamento para escolas localizadas em cidades pobres e
redução para cidades ricas. O partido pretende acompanhar a implementação de
alto nível dos princípios pedagógicos em 300 escolas selecionadas de acordo com
critérios sócio-econômicos e localização geográfica. Busca de novos professores
e incentivo a profissionais que estudem educação e sigam a carreira de
professor.
Saúde
Cancelamento de pagamentos extras por exames e cirurgias. Aumento
do número de remédios presentes na cesta de remédios disponíveis ao público sem
custos. Aumento do número de leitos e de profissionais na área de saúde, como
médicos e enfermeiros, até chegar a um nível médio similar a de outros países
da OCDE.
Economia
Politica de redução do preço dos imoveis por meio de construção de
moradias públicas. Redução da pobreza em Israel. Luta contra os monopólios e
aumento da competitividade em todos os mercados, com destaque para alimentos e
roupas.
Fontes:
Yahadut
HaTora
Yahadut HaTora (Judaísmo da Tora) é uma lista conjunta formada
pelos partidos Agudat Israel (chassídico) e Degel HaTora (lituano). Os dois
partidos concorrem às eleições em conjunto desde 1992. A lista atua para a
promoção dos interesses do público ultra-ortodoxo ashkenazi, no que diz
respeito a educação e bem-estar social, e também em temas específicos como
alistamento no exército.
Os representantes da Yahadut HaTora não costumam ter cargos de
ministro, para não dar respaldo às ações de um governo sionista, e não se responsabilizar
por políticas com as quais discordam. Não obstante, a Yahadut HaTora aceita
cargos de vice-ministros e busca sempre ter a chefia da comissão de orçamento
para poder controlar o orçamento do estado.
Em assuntos externos e de segurança, Yahadut HaTora é de centro, e
toda decisão que toma está embasada em considerações religiosas e não
necessariamente de segurança nacional. Contudo, o partido costuma apoiar o
bloco de direita por suas características conservadoras em assuntos de religião
e estado.
O partido ocupou após as Eleições 2013 o número recorde de 7
cadeiras na Knesset. Yahadut HaTora esteve na oposição durante a 19a Knesset.
Figuras de destaque
Yaakov Litzman, da Agudat Israel, foi vice-ministro da saúde
na 18a Knesset, entre 2009 e 2013, e é o líder do partido.
Moshe Gafni, do Degel HaTora, foi o presidente da Comissão de Orçamento da Knesset na 18a Knesset, entre 2009 e 2013.
Moshe Gafni, do Degel HaTora, foi o presidente da Comissão de Orçamento da Knesset na 18a Knesset, entre 2009 e 2013.
Os líderes espirituais quem escolhem quem entra na lista de
candidatos e a sua ordem.
Posições do partido
Religião e Estado
Deve haver uma total fusão entre assuntos religiosos e estatais.
Sua aspiração é resolver por meio do espírito da Tora e dos preceitos (mitzvot)
toda questão que surgir no dia a dia do povo de Israel, com o objetivo de um
dia reunir o povo de Israel sob o governo da Tora e impor a Tora sobre a vida
espiritual, econômica e política em Israel.
Política econômica
Fortalecer o setor privado, diminuir a intervenção do estado na
economia, reduzir o orçamento do Estado, prefeituras e das empresas públicas,
diminuir impostos.
Política social
Aumentar o número de apartamentos para famílias jovens, a baixo
preço, visando principalmente o público ortodoxo. Manter e até mesmo aumentar
os incentivos governamentais a famílias com muitos filhos, através de pensões e
serviços sociais e de bem-estar.
Territórios e processo de paz
A Terra de Israel foi dada aos judeus pelo criador e será para
sempre sua, através do cumprimento da Tora, juntamente com o princípio da
halacha de que a vida está acima de tudo. O delicado equilíbrio entre os dois
será determinado na prática pelos grandes sábios da Tora. O governo deve
promover iniciativas para a determinação de acordos de paz.
Educação
A educação judaica no Estado de Israel, em todas suas instâncias e
etapas, deve se basear no estabelecimento da fé em Deus e na Tora. Tal educação
será oferecida a todas as crianças de Israel, sem excessões, pois a fé no
criador e em seus preceitos é o único fator que unifica todas as tribos de
Israel em um único povo. O partido promove a manutenção da ‘rede independente’
de educação, mantida pelo governo, onde não se estuda o currículo base.
Segurança e exército
Contra o alistamento de todas as mulheres, sejam elas ortodoxas ou
não. Homens ortodoxos que estudam Tora nas yeshivot (academias rabínicas)
também devem ser dispensados do serviço militar, pois o estudo da Tora é a
garantia da existência do povo de Israel.
Outras posições
O movimento reformista e o movimento conservador trouxeram um
holocausto espiritual ao povo de Israel. Com suas falsidades hereges e a
negação da crença fundamental do povo judeu, causaram uma terrível assimilação
no povo. Estes dois movimentos põem em perigo a existência física do povo, além
de sua aniquilação espiritual. Deve-se fazer todos os esforços para evitar que
tenham qualquer controle ou reconhecimento em Israel.
Fontes:
Plataforma do partido extraída
do site da Knesset
Instituto Israelense de Democracia
Portal walla.co.il
Instituto Israelense de Democracia
Portal walla.co.il
Shas
Fundado em 1984 pelo rabino Ovadia Yossef (ex-rabino chefe de
Israel), Shas (ש”ס) é uma sigla que
significa “Guardiões da Torá Sefaraditas”. O partido foi fundado 13 anos após
tensões recorrentes entre a comunidade judaica sefaradita (judeus de origem
oriental) e o governo de Golda Meir (Partido Trabalhista), acusado de
negligenciar os judeus orientais em detrimento dos imigrantes vindos da URSS.
As principais bandeiras do Shas são cuidar das população judaica
de baixa renda e garantir um Estado judaico em Israel. Nas eleições de 1999, o
partido conseguiu a sua mais expressiva votação, com 17 cadeiras na Knesset (parlamento).
Em 2013 o Shas ficou órfão de seu líder espiritual, o rabino
Ovadia Yossef, responsável pela maior parte das decisões políticas de grande
relevância do partido até então. A morte do rabino pôs o partido em crise,
provocando a saída do ex-líder Ely Ishai, e uma queda considerável nas
pesquisas.
O Shas acredita em um Estado judeu baseado nos valores
democráticos da Torá.
O partido ocupou, após as Eleições 2013, 11 assentos na Knesset.
Figuras de destaque
O atual líder do partido é Aryie
Deri, há dois anos libertado da cadeia (foi preso por propina quando
era o número 1 do partido), é uma personalidade muito popular entre o
público ortodoxo sefaradita. Há pouco tempo se envolveu numa polêmica, após um
vídeo gravado pouco antes de sua liberação da cadeia ter mostrado o rabino
Yossef dizendo que Dery havia roubado.
Número dois do partido, o rabino Meshulam
Nahari, é parlamentar desde 1999, e foi ministro sem pasta do governo
Olmert em 2006.
Como a lista é decidida?
O Shas tem como órgão interno o Conselho de Sábios da Torá, que
decide a ordem dos candidatos sem interferência interna ou externa. Há dez
meses a juventude do Shas escreveu uma carta solicitando ao líder do
partido a criação de primárias.
Posições do Partido
Religião e Estado
Israel
Beiteynu
Fundado em 1999 por parlamentares insatisfeitos do Likud, o Israel
Beiteynu (Israel Nossa Casa) elegeu em 2009 a maior bancada desde a sua
fundação, com 15 assentos e dois chefes de comissão na Knesset, mais cinco ministros.
O partido se define como nacionalista (sionista) e seguidor do
caminho do teórico sionista revisionista Ze’ev Jabotinsky. Sua propaganda, no
entanto, é caracterizada por ser feita principalmente na língua russa e a
maioria de seus eleitores são imigrantes da ex-URSS.
É recorrente ao Israel Beiteynu ser acusado de racismo devido ao
seu discurso anti-árabe. Nas eleições de 2009, um dos lemas do partido era “Sem
lealdade, sem cidadania”, direcionado aos árabes. O Beiteynu, no entanto, não
se opõe à criação de um Estado palestino, e recentemente divulgou seu
plano de intercâmbio de territórios.
O partido tem 12 assentos na Knesset. As recentes
pesquisas prevém grande baixa, devido a um escândalo de corrupção chamado “Caso
Israel Beiteynu”, ainda sob investigação.
Figuras em destaque
Fundador, número 1 na lista e responsável pela maioria das
decisões do partido, Avigdor
Liberman é o grande nome do
Israel Beiteynu. Atual chanceler, assumiu diversos ministérios desde 2000.
Libermann recentemente afirmou que exigirá a pasta da Defesa como pré-condição
para integrar a coalizão.
Número dois do partido, a ex-modelo Orly Levy-Abekasis é parlamentar e filha do ex-chanceler
Daniel Levy. Número cinco, o jornalista Sharon
Gal é a nova cara do partido
para angariar votos.
Como a lista é decidida?
Avigdor Lieberman decide a lista junto a uma comissão, nomeada por
si próprio.
Posições do partido
Religião e Estado
Não consta de sua plataforma posição oficial sobre o tema.**
Política econômica
Incentivo às pequenas e médias empresas, através de aumento do
crédito e redução dos obstáculos burocráticos. Políticas de atração de
investimentos estrangeiros através de facilitação de autorizações e redução da
burocracia e da taxação para a entrada de capital externo. Investimento no
turismo.
Política social
Incentivo à construção de unidades de moradia, aumentando a oferta
e reduzindo o custo da moradia no país. Facilitação do crédito para compra de
imóveis por deficientes, casais jovens e famílias com pais
divorciados/solteiros. Incentivos fiscais para instalação de negócios e fábricas
nas regiões periféricas do país e em Jerusalém. Aumento do número de leitos em
hospitais.
Territórios e processo de paz
O conflito entre Israel e os palestinos é apenas mais um dentre os
conflitos do mundo islâmico e não se trata de um mero desentendimento sobre
terras. A busca pelo estado palestino não passa de uma desculpa para expulsar
os judeus da Terra de Israel. Israel deve encarar Gaza e a Cisjordânia como
duas entidades separadas, negociar seu futuro separadamente e não facilitar a
circulação de pessoas entre ambas as regiões. Israel deve libertar-se da idéia
de “terras por paz”, buscar a paz pela paz, visando a total separação das
populações, como já ocorre em outras regiões do mundo (Bélgica e Canadá, por
exemplo). Não devem haver negociações sobre Jerusalém, a capital eterna e
excluvisa do povo judeu.
A sua nova proposta é o plano “Uhm al-Fahm para Palestina, Ariel
para Israel”, que significa um intercâmbio de territórios e populações. O
objetivo seria deixar o maior número de judeus em Israel e mais árabes na
Palestina, sem precisar que ninguém saia de suas casas, ao fim das negociações
de paz.
Educação
Educação judaico-sionista, de qualidade, independentemente da
origem sócio-econômica ou local de moradia da família, visando a diminuição do
abismo entre as classes sociais na próxima geração. Maior qualificação e
remunaração dos professores, com premiação por bem desempenho. Combate à
violência nas escolas. Aumento do orçamento para pesquisa e desenvolvimento.
Segurança e exército
Esforço dentro da comunidade internacional pelo isolamento do Irã,
o que contribuiria para o enfraquecimento de inimigos locais de Israel: a
Síria, a Hizbalá no Líbano e o Hamas em Gaza. Qualquer processo de paz com a
Síria deve ser baseado no conceito de “paz por paz”, descartando qualquer
devolução territorial das Colinas de Golã, parte integral e histórica da Terra
de Israel. Mudança radical nas relações com a Rússia. Não apenas nas relações
bilaterais, como também no contexto das relações russo-americanas. Israel tem
todas as condições de colocar-se como mediadora do diálogo entre as super
potências.
Outras posições
Combate à assimilação das comunidades judaicas na Diáspora e à
presença abundante de ativistas antissionistas nas organizações judaicas.
Reposicionamento de Israel como uma força de união entre as comunidades
judaicas do mundo. Incentivo à aliá (imigração dos judeus para Israel) e
facilitação de seu processo de adaptação. Medidas que facilitem a
governabilidade e aumentem a estabilidade política: aumento da cláusula de
barreira para pequenos partidos se elegerem, número limitado de pedidos de
votos de não-confiança em cada legislatura e limitação da influência do Poder
Judiciário sobre as políticas de governo.
Desde que existe, Israel Beiteynu vêm propondo leis que
limitariam a influência do rabinato sobre a vida quotidiana em Israel,
como a possibilidade de transporte coletivo aos sábados, o estabelecimento da
instituição do casamento civil no país e um projeto de lei que não permitiria
mais aos ultraortodoxos a isenção do serviço militar.
Fontes:
Meretz
Fundado em 1991, o Meretz (Energia em hebraico) é um partido de esquerda
sionista, criado a partir da fusão dos partidos Mapam (sionista socialista),
Ratz (pacifista pró-direitos humanos) e o Shinui (de orientação secular). O
partido se autodefine como social-democrata, a favor da separação total entre
religião e Estado e tem como prioridade o fim da ocupação nos territórios palestinos
ocupados por Israel em 1967.
Na oposição desde 2000, quando integrou o governo de Ehud Barak
(Avoda), o Meretz já chegara a ocupar 12 assentos na Knesset mas hoje é
afetado pelo crescimento da direita israelense, e vê sobretudo no
enfraquecimento das negociações por paz o principal motivo para a sua crise.
O Meretz se proclama atualmente o único partido de esquerda
sionista, e seu lema é “Esquerda é Meretz”. O partido tem força desproporcional
em Tel-Aviv e nos kibutzim fundados pelo movimento Hashomer Hatzair.
O Meretz ocupa, após as Eleições 2013, o número de 6 cadeiras
na Knesset, seu melhor resultado desde as eleições de 2003.
Figuras em destaque
Zahava Galon, número 1 do partido pela segunda vez
consecutiva, iniciou sua carreira política em 1984 em uma campanha pela
exibição de filmes no cinema de Petach Tikvah aos sábados. Trabalhou na
ONG de direitos humanos B’Tzelem e é parlamentar desde 1999.
Outros nomes importantes são Ilan
Guilon, número dois do Meretz. Ex-membro do Mapam, tem um papel importante
na luta pelos direitos dos deficientes, e o economista Issawi Frej,
primeiro parlamentar árabe do partido, concorrendo pela segunda vez seguida.
Como a lista é decidida?
O Meretz realiza primárias separadas para a liderança do partido e
para a formação da lista. Ambas são feitas de forma indireta: todos os filiados
podem eleger e candidatar-se a delegados regionais, proporcionais ao tamanho da
população em cada área do país. São eleitos mil delegados, que primeiramente
votam pelo líder do partido, e, posteriormente, na ordem da lista. Há reserva
de vagas por gênero: a cada dois nomes deve haver um de cada sexo até o décimo
da lista.
Posições do Partido
Religião e Estado
O Meretz se diz um partido judaico, mas não religioso. É contra o
monopólio dos ortodoxos em relação ao judaísmo em Israel e se declara
totalmente a favor da separação entre religião e Estado. O partido é a favor da
liberdade religiosa; do funcionamento do transporte público no sábado para as
populações locais que o desejarem; da instituição de casamento e cemitérios
civis; da legitimação dos judaísmos reformista e conservador pelo Estado; e da
segurança do trabalhador que não trabalhar no Shabat por questões religiosas.
Política Econômica
O Meretz oferece política econômica equitativa, justa e limpa, que
acredita em um estado de bem-estar e um forte setor público, na redução da
desigualdade, e na regulação e supervisão para evitar a exploração dos
trabalhadores e os fundos públicos. Para o partido, o bem-estar dos seus
cidadãos é indissociável do crescimento econômico. Por isso propõe
três mudanças essenciais:
1) Reforma tributária e plano de redução da desigualdade social.
2) Revolução no mercado de trabalho e retorno da responsabilidade
do Estado por serviços prestados a seus habitantes.
3) Alteração da ordem de prioridade e cesse desproporcional
no investimento em assentamentos e orçamento de defesa, além do
pré-condicionamento de todos os orçamentos da educação estudos fundamentais
ultra-ortodoxos.
Política Social
O partido acredita que Israel deva ser um Estado de bem-estar
social. Para isso propõe uma legislação que garanta direitos sociais como
saúde, educação, moradia, emprego, direitos trabalhistas e a construção de
creches. O Meretz propõe uma reforma tributária que favoreça as populações mais
pobres com programas de auxílio, além da criação de uma gama de serviços
comunitários. O partido também promete dar direitos sociais e até cidadania
para imigrantes e acabar com a repressão a eles.
Territórios e Processo de Paz
O Meretz apoia a iniciativa de paz da Liga Árabe, que
envolve a devolução dos territórios ocupados em 1967 por Israel, com o
desmantelamento de assentamentos judaicos e a criação de um Estado Palestino.
Jerusalém seria dividida e tornaria-se a capital dos dois Estados. Uma solução
justa para a questão dos refugiados palestinos deve ser encontrada, mas dentro
do Estado palestino. A normalização das relações diplomáticas de Israel com os
países árabes deve ser uma consequência do acordo.
O Meretz apoia a paz com o Líbano de acordo com os princípios da
Linha Azul. O partido acredita que seja possível um acordo de paz com a Síria
que teria início com o fim da guerra civil e a devolução do Golan, que seria
desmilitarizado e seguiria fornecendo água para Israel.
Educação
O Meretz acredita que a educação é a chave para uma sociedade
democrática, igualitária e bem sucedida, e afirma que o último governo fez uso
descarado e cínico do sistema de ensino para promover a agenda da direita. Para
o partido, o sistema deve ser focado em habilidades e valores. Deve-se
assegurar que todas as escolas ensinem o currículo básico, tenham um orçamento
igualitário e aumentar o salário dos professores. A educação obrigatória
deve ser desde os três meses.
Também é proposto o aumento do orçamento das universidades e
faculdades públicas. Estudantes universitários que não puderem pagar seus
estudos serão financiados pelo governo.
Segurança e exército
O Meretz acredita que a criação do Estado Palestino trará paz e
segurança para os israelenses, e dará fim ao ethos militar que domina a
sociedade. Em relação ao Irã, o Meretz apoia as iniciativas internacionais que
visam prevenir a produção de armas nucleares.
O partido propõe, antes que se alcance a paz, o serviço militar profissional, com direito a salário mínimo, igualdade entre homens e mulheres, e a desmilitarização da política.
O partido propõe, antes que se alcance a paz, o serviço militar profissional, com direito a salário mínimo, igualdade entre homens e mulheres, e a desmilitarização da política.
Outras posições
Outros três fatores são tratados pelo partido como prioridades:
uma reforma política que dê fim à corrupção dentro do governo e de partidos
políticos; o desenvolvimento do Negev, região mais pobre do país; e uma
legislação especial de direitos humanos dentro do código civil de uma futura
constituição, que garanta direitos especiais para as mulheres e minorias, e que
seja estabelecida o quanto antes.
Fontes:
Yachad
Ha’am Itanu
As eleições de 2015 vão apresentar dois novos partidos. O Kulanu
do ex-ministro da comunicações Moshe Kahlon, e o Yachad Ha’am Itanu (Juntos o
Povo Está Conosco), do ex-ministro do Interior, Eli Ishay (foto), recém
saído do partido religioso Shas.
A partir do momento em que pode voltar a política, o rabino Ovadia
Yosef, líder espiritual do partido Shas, determinou o retorno de Deri a
liderança do partido.
Após um ano como número dois, desavenças políticas fizeram com que
Ishay decidisse formar seu próprio partido político – o Yachad Ha’am
Itanu.
O Yachad Ha’am Itanu não tem site oficial. O único site que
apresenta as propostas do partido está no nome do próprio líder, http://www.elieyshay.com/.
Nele, podemos ver que não há muitas diferenças entre o novo
partido e o Shas. Segundo a visão do partido, os princípios da Tora devem
prevalecer no estado de Israel, a educação judaica e a defesa dos direitos dos
jovens religiosos de não terem que servir o exército, e poderem seguir seus
estudos nas academias rabínicas (yeshivot).
E somado a isso, uma atenção especial a justiça social, também
justificada pelos princípios judaicos de Maimônides, que serve como uma forma
de buscar os eleitores mizrahim que se encontram nas camadas menos favorecidas
da sociedade.
Nos últimos dias, o partido se associou ao Otzma Yehudit (Força
Judaica), partido ultra-direitista, para montar uma lista conjunta de
candidatos para estas próximas eleições.
Eli Ishay, vale lembrar, serviu o exercito de Israel e tem uma
posição consideravelmente mais a direita do que seus antigos colegas do Shas.
Muitas vezes, como durante a Segunda Guerra do Líbano em 2006, Ishay gerou
muita polêmica ao dizer que os maus resultados da guerra eram causados por um
afastamento da religião por parte dos soldados israelenses.
Alem disso, Eli Ishay foi um polêmico ministro do Interior. Amir Szuster, teve um trabalho publicado sobre “Considerações políticas
na distribuição de transferências públicas do governo para as cidades e municípios entre 2002-2010”, onde encontrou
indícios de que, no período em que Eli Ishay esteve no poder, as
transferências de verba para municípios politicamente alinhados com o Shas
foram significativamente maiores do que para outras cidades. Outra polêmica
envolvendo sua atuação foi a expulsão de imigrantes africanos. Mas o que o
deixou conhecido internacionalmente foi a declaração, durante a Operação Pilar
Defensivo (2012), afirmando que Israel deveria devolver Gaza à Idade Média.
Nas últimas eleições, o Shas obteve 11 cadeiras. As pesquisas, até
agora, mostram o Yachad com três ou quatro cadeiras e o Shas com sete. Ou seja,
parece que a divisão não alterou em nada o público fiel e conservador do
partido de origem.
Resta saber qual será o destino do Yachad Ha’am Itanu. Se ele veio
para ficar, ou se apenas se trata de um fenômeno passageiro.
FONTES: HAARETZ, CONEXÃO ISRAEL, WALLA, WIKIPÉDIA, GOOGLE
Comentários
Postar um comentário