Se existe um lugar muito peculiar
e digamos... até pitoresco em Israel, este lugar é Bnei Brak. É a cidade mais religiosa de Israel. Segundo
um estudo feito, também é a cidade que tem a maior expectativa de vida média. Muitas
evidências científicas sugerem que isso se dê ao fato de ser uma população
quase que exclusivamente religiosa ortodoxa. Curiosamente vários estudos tem
mostrado que a crença religiosa e a frequência regular em serviços religiosos é
associado com a redução de visitas médicas e redução da incidência de certos
tipos de câncer e doenças do coração e menor mortalidade pós operatória, assim
como taxas mais rápidas de recuperação. Este foi um estudo que a Harvard Health
Letter publicou sobre o impacto da religiosidade na saúde.
Mesmo
quando uma estrutura forte de apoio da comunidade é mantida constante, a crença
religiosa parece ter um efeito salutar independente.Um estudo que comparou os
moradores de kibutzim com os de comunidades religiosas em Israel por mais de 16
anos, descobriu que a comunidade religiosa tinha taxas de mortalidade
consistentemente mais baixas para todo o período.
A
fonte constante de estímulo intelectual fornecido pelo estudo da Torá ajuda a
preservar a acuidade mental e, com isso satisfação com a vida.
Tem
uma certa lógica, não é mesmo? É prá pensar....
Bnei
Brak está localizada na região metropolitana leste de Tel Aviv. Uma cidade
pequena mas com cerca de 150 mil habitantes, com a maior taxa de natalidade do
país.
Em
1924 a cidade começou a nascer através de um assentamento agrícola elaborado
por um grupo de judeus místicos... os Polish Hassidim. Devido a falta de terra,
muitos de seus fundadores foram forçados a recorrer a outras ocupações, como o
comércio e artesanato, e assim, logo a cidade foi assumindo um caráter urbano.
Ao
estabelecimento do Estado de Israel, foi declarada oficialmente uma cidade e no
início de 1950, muitos grandes rabinos começaram a mover seus tribunais de Tel
Aviv para Bnei Brak. Após alguns anos a cidade tornava-se o maior centro ultra
ortodoxo judaico do mundo.
Passear
por lá é uma viagem interessante, para quem como eu gosta de observar o
comportamento humano.
Em
Bnei Brak não existem lojas de modinha, casas de café ou restaurantes chiques. É
uma cidade simples, modesta e seu comércio é voltado para as necessidades dos
seus habitantes e interessados. Muitas lojas de artigos religiosos, muitas lojas
com roupas de estilo voltado aos hábitos deles e claro, o comércio de alimentos
é totalmente dirigido aos hábitos da população local.
Quando
o sábado se aproxima como em todo Israel, o agito é grande, pois todas as
semanas acontece a preparação do shabat, quando milhões de judeus hassídicos
lotam as sinagogas para rezar.
Os
judeus ultra-ortodoxos são dividos em diferentes tribunais hassídicos e
diferentes comunidades. Assim sendo a cidade também acaba sendo dividida ao
longo deste mesmo princípio.
Existem
por lá inúmeras Yeshivas (locais para se aprender textos sagrados judaicos) e outras
instituições religiosas. Eles são uma comunidade fechada com suas próprias leis
e que se opõe a muitas regras da sociedade moderna e secular.
Andar
em Bnei Brak exige um certo cuidado na forma de se vestir, senão com certeza você
será abordado(a) por alguém. Para as mulheres aconselho a vestirem roupas discretas
e cobrirem braços, decotes e pernas. Caso contrário você será convidado(a) a se
retirar.
No
shabat, o dia sagrado dos judeus, nem pensar em entrar de carro por lá, pois
você corre o risco de ser apedrejado.
Passei
algumas vezes por algumas ruas de Bnei Brak indo cedinho ao trabalho, e fui
discretamente fotografando transeuntes nas ruas, exatamente para te mostrar um
pouco deste lugar interessante de Israel.
Não repare na pouca qualidade de algumas fotos, mas fiz este trabalho sem as pessoas perceberem, pois obviamente não permitiriam fotos.
Fontes:
jornalista Jonathan Rosenblum, internet, pesquisa local.
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